A obesidade é uma disfunção que assusta cada vez mais pelos seus índices. Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos está acima do peso e que o mesmo percentual atinge adolescentes de 12 a 17 anos com sobrepeso (33,5%), sendo que 8,4% estão obesos. Além disso, uma criança obesa tem 80% de chance de ser um adulto obeso se não for tratada adequadamente na infância.

A criança é identificada como obesa quando seu peso corporal ultrapassa em 15% o peso médio correspondente a sua idade. O Departamento de Saúde Populacional da Universidade de Nova York analisou dados de 1988 a 1994 e 2007 a 2012 e constatou que, atualmente, 94,9% das famílias têm dificuldade de identificar excesso de peso nos filhos. Muito disso se dá devido ao estereótipo de que criança gordinha é sinal de criança saudável.  Apesar da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendar 300 minutos de atividade física por semana, um pouco mais de 40 minutos por dia, a principal causa da para obesidade, tanto entre adultos, quanto em crianças, é o sedentarismo. No Brasil, 15% das crianças obesas, foram verificados estudos sobre o aumento da obesidade infantil.

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A obesidade infantil está relacionada a várias complicações, tais como, como colesterol alto, diabetes, hipertensão arterial, problemas de colesterol e triglicérides, assim como também a uma maior taxa de mortalidade. O surgimento destas doenças na infância se relaciona principalmente devido à falta de exercício físico, pois, normalmente as crianças preferem ficar assistindo televisão, no computador ou no celular.  O estudo ‘The Infant and Kids Study’ (IKS), realizado pela Nestlé, revelou que 75% dos entrevistados entre 10 e 12 anos passam quatro horas ou mais por dia assistindo à televisão, e que 45% das crianças desta faixa etária são sedentárias. A pesquisa IKS, releva ainda que as crianças não incluíam alimentos fontes de fibra no café da manhã; apenas 2,3% comiam frutas, dando preferência a pão, manteiga e lácteos, e, embora 65% das crianças de 9 a 12 anos bebam leite, o consumo ainda está muito abaixo do recomendado.

Para a nutricionista Danielle Araujo de Miranda, 29, é fundamental investir a reeducação dos hábitos alimentares e de atividade física na população infantil. “O desmame precoce e uma introdução alimentar realizada de maneira inadequada contribui para o acometimento do aumento de peso nesta fase da vida. Além disso, o sedentarismo também apresenta um grande impacto no aumento do número de casos. O ganho de peso excessivo acarreta a diversas modificações metabólicas e há uma forte relação entre o excesso de peso na infância e a alta taxa de obesidade e doenças cardiovasculares na idade adulta”, afirma enfatizando que o tratamento deve incluir mudanças comportamentais com foco na educação nutricional e em modificações do estilo de vida. “Vale ressaltar que a família toda deve fazer parte do tratamento e também adotar as novas práticas de saúde”, conclui.

Nas últimas décadas a prevalência da obesidade na população infanto-juvenil apresentou um aumento alarmante no mundo todo, onde o Brasil  registra aproximadamente 17% das crianças e adolescentes acima do peso. Em contra partida disso, deve-se incentivar a prática de qualquer tipo de atividade física, pois crianças mais ativas apresentam menor percentual de gordura corporal.

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Pirâmide de atividade para crianças e adolescentes. (Fonte: Adaptado de Caroline Oliveira Martins – LEPAFS /DEF /CCS /UFPB). | Internet.

Apesar de ter como principal causa a má alimentação e o sedentarismo, a obesidade é também desencadeada por fatores ambientais, além de biológicos, hereditários e psicológicos. Seu tratamento requer um diagnóstico detalhado, orientação nutricional e mudanças no cotidiano. Lembrando que o Ministério da Saúde disponibiliza o manual da família “dez passos para uma alimentação saudável para crianças brasileiras menores de dois anos” e o livro de bolso “guia alimentar: como ter uma alimentação saudável“.

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